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SALEME E AS VONTADES

                     Saleme, industrial bastante influente na cidade, maior confecção e indústria de meias na região foi criada por ele e o irmão. Sucesso na vida empresarial chegou até a distante terra de seus antecessores, onde Saleme foi passear, conhecer parentes novos, rever antigos e, de lá voltou casado com ¨Nabirra¨.                     Marido atencioso, Saleme proporcionava todos os luxos a  Nabirra¨; carro com motorista, acompanhante para auxiliar nos cuidados com a filha, jantares nos melhores restaurantes da cidade, sempre acompanhados de seu irmão Petrus e esposa; quando o trabalho permitia uma ausência maior, viagens ao litoral, ao interior, visitar cidades históricas, ¨Nabirra¨ tinha uma cultura bem vasta, estudada, falava três idiomas, oposto de seu marido Saleme e do irmão Petrus, que saíram cedo da escola, mal fizeram o básico, mas, conseguiram em pouco tempo de trabalho se tornarem os maiores industriais da região. Vida estava bastante cômoda para  ¨Nabirra¨, só que

REUNIÃO DAS ESPOSAS

                            Os homens tem lá os seus locais de reunião, jogarem uma conversa fora, discutirem o jogo de futebol do último fim de semana, falarem mal dos políticos, colegas de trabalho, etc.; as mulheres, qual direito a um local de reunião para que elas pudessem falar sobre os assuntos de seus interesses? Botequim? não combina! Praças? exposto demais; igreja? nem pensar!! o padre até enfarta antes de expulsar todas de lá. Uma conversa com outra na feira, outra conversa com alguém no supermercado, outras se encontram no açougue e, de repente a solução! o salão de festas do clube do bairro; se os homens podem ficar no bar do clube, no campo de futebol, elas vão se apossar do salão de festas, fecha a porta, só   entra mulher, assuntos exclusivamente femininos.                             Tertuliana, conhecida como Nice, começa o assunto explicando o motivo da reunião; dali para os benefícios do Botox é um pulo; aplicação na testa para aliviar as dores de cabeça, esticar bem

APRÍGIO E A APOSENTADORIA

                             Cinco horas da manhã, rotina de quase todos os dias da semana, Aprígio se levanta da cama, espreguiça, olha para Arlinda, a esposa que ainda dorme, vai em direção a cozinha fazer um café, uma, duas ou três torradas, naquela torradeira que parece ter saído de um desenho animado de tão longe que joga a torrada, quase sempre queimada; quando tem vontade, até come uma fruta enquanto o café e as torradas estão sendo feitos; uma maçã, pera, mamão, isso raramente. Um banho para terminar de acordar, pensando no dia que aposentar; poder dormir até dez, onze horas da manhã, quem sabe até dizer um boa tarde quando acordar, sair só se bater uma vontade muito grande de andar. Ficar à toa é chato, mas, andar na rua à toa é muito bom! pensava com as espumas que desciam pelo seu corpo, lavar o carrinho que usava nos fins de semana quando tinha folga, era um tal de seminário de atualização sempre nos fins de semana, confraternização com algum chefe que estava se despedindo,

O SAPATO VOADOR

                                         Austríaco chegou em casa, como sempre quase manhã. As noitadas estavam ficando cada vez melhores no seu clube noturno; primeiro a chegar, último a sair; sabia da importância do seu clube para manter o seu estilo de vida, afinal, filho de mãe baiana falsificada, não revelara a origem nem na hora final, com pai alemão, desaparecido, até chegar a proprietário de clube noturno, ralou direitinho em muitos e variados trabalhos.                                   Nada como chegar em casa, apartamento muito bom, esquina da Avenida principal da cidade com rua totalmente residencial, porteiro vinte e quatro horas, tudo que sonhara enquanto descarregava caminhões no mercado, garoto ainda, estava agora conseguindo. Deu um chute para o ar, como se chutasse as lembranças do passado, quando seu sapato saiu do pé, atravessou a janela aberta, caiu, despencou no vazio, oitavo andar, logo o sapato novinho, comprou pela internet, costurado a mão pelas aborígenes vir

SOCORRO AO ACIDENTADO

                                        Asclenio tinha que trocar uma lâmpada em casa; protelou, protelou, colocou um tanto razoável de dificuldades para executar a tarefa, mas, sem sucesso! Eufrásia a esposa começara a chama-lo pelo nome completo: Asclenio Adolfo! Quando começa a falar o nome completo é sinal de perigo, melhor providenciar o pedido. Lustre da sala, cinco lâmpadas, quatro sem acender, não tinha mais como adiar, era claridade agora, ou, escuro.                                   Sem chance da fugir do do fato, começou a providenciar os devidos apetrechos para a troca das lâmpadas; lâmpadas, escada, não tinha! estava quebrada; sem problemas, uma cadeira sobre a mesa de centro, o banco de colocar os pés cansados por cima da cadeira, altura ideal para a tarefa; assim foi feito. Primeiro sobe na lateral da mesa, apoia na cadeira, coloca as mãos no banquinho, firma o corpo, dá um galeio e...... consegue ficar de pé por alguns segundos na divina obra de engenharia; cadeira par

BERNADETH E SUA VEMAGUETE

                                         Sr. Bernardo, comerciante antigo no bairro mais populoso da cidade, tinha um cuidado todo especial com sua filha Bernadeth; não deixava de satisfazer seus desejos e, assim, comprou um patinete; ela e as amigas se divertiam rua abaixo apostando quem corria mais ou, descia antes do ponto marcado como final. Durava a tarde toda aquela festa das meninas na rua. A patinete foi o passo decisivo para Bernadeth passar a gostar de velocidade. Quinze anos, festa com baile, dela e das amigas, tanto falou no ouvido do pai que ganhou uma Leonette.                                        Ia para a escola motorizada, ela e cada dia uma amiga na garupa, para todas aproveitarem o presente; a Leonette gemia na subida; aquele motorzinho pequeno era ajudado por pedaladas rápidas  de Bernadeth, mas, na descida voava baixo, era sai da frente que lá vem Bernadeth e sua Leonette.                                        Um ano de aventuras e preocupações para Sr. Bernardo

VETERANOS DO ESQUINA TORTA X TURMA DO AÇAI DO ESQUINA DIREITA

                                                 Deoclécio, acompanhando o desenvolvimento do centro da cidade, viu crescer o número de academias de musculação, com pessoas de hábitos bem diferentes dos seus fregueses. Não podia deixar de modo algum os jovens passarem na porta do Bar e Cabaré Esquina Torta sem entrarem para um tira gosto ou o que fosse. Pesquisando, viu que o paladar deles era um pouco diferente dos fregueses; o açaí deles não era igual ao assa aí da turma de veteranos. Academia que frequentavam estava na rua Direita da esquina torta que dava nome ao estabelecimento de Deoclécio. Foi questão de dias Deoclécio montar ali o Esquina Direita, sucos saudáveis.                                        A rivalidade entre os jovens fregueses do Esquina Direita com os veteranos do Esquina Torta, não estava nos planos de Deoclécio, mas, com um ajuste aqui outro ali, podia render bons frutos, afinal, todos à sua maneira eram atletas! uns, praticavam ¨halterocopismo¨, pescaria de ti