Esquina Torta

                                                                       Grupo de amigos, antigos se reunia uma vez por mês com as famílias em um restaurante sempre diferente na cidade; as esposas a falarem de seus problemas, apreciarem um bom vinho, os maridos a comentarem sobre os negócios nas fábricas, comércios, apreciando sempre um uísque antes do jantar, começaram a acertar uma viagem ao Velho Mundo. Estava na hora de passar as responsabilidades para os filhos, se divertirem viajando por outros países, quando a escolha recaiu sobre a Alemanha; iriam começar pela Alemanha; terra dos pais de Franz, chamado sempre de Alemão por todos. Franz, melhor, Alemão tinha um tom de voz alto, as palavras em português sempre misturadas com palavras em alemão, mas, todos se entendiam e riam das dificuldades do Alemão.                         Quando se reuniam para um café o ¨Guten Morgen! Do Alemão já era famoso, com muito custo entenderam que era um Bom Dia; na porta de um dos comércios, Fr

             Dagoberto com sua predileção por carros antigos, segundo um amigo professor, carros exóticos, estava agora prestando atenção nas SUVs que começavam a habitar as ruas da cidade. Ele e sua F75, para os que não sabem o que é uma F75, é simplesmente uma Rural Willys com carroceria aberta; piorou? Então não tem explicação, consultem o Tio Google!               Cumprir seus afazeres no centro comercial da cidade, escolheu um estacionamento que aceitava veículos maiores, SUVs, camionetes como a sua, etc. e, começou a prestar atenção em seus vizinhos de vaga; lado esquerdo uma SUV cinza escuro, de uma senhora que nem um bom dia grunhia quando se encontravam no estacionamento; lado direito, outra SUV, essa prateada, de uma frequentadora de academia ali por perto a julgar pelas roupas, com uma tremenda capacidade de olhar com desprezo para a F75, azul escuro, com uma certa camada de poeira que parecia até fazer parte de sua pintura, de tão perfeita que estava assentada sobre a pick

                     Saleme, industrial bastante influente na cidade, maior confecção e indústria de meias na região foi criada por ele e o irmão. Sucesso na vida empresarial chegou até a distante terra de seus antecessores, onde Saleme foi passear, conhecer parentes novos, rever antigos e, de lá voltou casado com ¨Nabirra¨.                     Marido atencioso, Saleme proporcionava todos os luxos a  Nabirra¨; carro com motorista, acompanhante para auxiliar nos cuidados com a filha, jantares nos melhores restaurantes da cidade, sempre acompanhados de seu irmão Petrus e esposa; quando o trabalho permitia uma ausência maior, viagens ao litoral, ao interior, visitar cidades históricas, ¨Nabirra¨ tinha uma cultura bem vasta, estudada, falava três idiomas, oposto de seu marido Saleme e do irmão Petrus, que saíram cedo da escola, mal fizeram o básico, mas, conseguiram em pouco tempo de trabalho se tornarem os maiores industriais da região. Vida estava bastante cômoda para  ¨Nabirra¨, só que