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Mostrando postagens de julho, 2023
                                                 Zéflor: Dr. José Flores                    José Flores sofreu na infância e aborrescencia, culpa do nome escolhido pela mãe; só era chamado de Zéflor; responder chamada no início das aulas beirava humilhação; por mais espaçado que o professor falasse o som era Zéflor; o risinho abafado dos colegas de sala era perfeitamente audível; tinha uns que até olhavam para ele, que vermelho de vergonha e raiva, respondia com voz quase inaudível.                    Os  anos de escolas ficando para trás, as lembranças não, foi para a faculdade; planos bem definidos na cabeça: formar em medicina. O dia que um daqueles colegas chegasse ao seu consultório ele com certeza se vingaria; seriam obrigados a trata-lo pelo nome e título; Dr. José Flores, muito bem pronunciado, para não deixar dúvidas. Aliás, já ia começar pela casa dos pais; na porta uma placa com os dizeres: DR. JOSÉ FLORES - MÉDICO CIRURGIÃO.                    Na faculdade, conheceu Florisv
                                     SAMUUUEELLL ÓÓÓÓÓ SAMUUEEEEELLLL                                        O DIA SEGUINTE.               Samuel aproveitava bem a juventude; noite era seu tempo preferido, os amigos, violão sempre ao alcance da mão, as músicas que as meninas mais gostavam, voz macia, encantava a todos e todas com seu repertório, às vezes até atendia um ou outro pedido musical, assim ia vivendo; durante o dia, revezava com um amigo no atendimento de uma loja de venda de óleo automotivo; um saía para as tarefas externas, outro ficava no máximo até dezoito horas, afinal, tinha que ficar irresistível para a noite.               A noite sempre começa em um lugar mais ou menos conhecido, mas, não se sabe onde termina e, em uma dessas foram todos para um barzinho desconhecido. Um aperitivo pequeno para perder a timidez, as garrafas geladas fazendo volume na mesa, enxergou lá no fundo um tablado que fazia as vezes papel de palco, um violão, foi o suficiente para começar a desf
                                           A GUERRA, O CASAMENTO, O PESADELO.               Matildy, professora sem alunos, formou-se e nunca exerceu a profissão, estava pensando seriamente em mudar seus planos. O objetivo sempre foi se casar, três filhos, cuidar somente da família, nada de trabalhar fora de casa, lecionar então! nem pensar! cuidar da família, dos filhos, marido, fiscalizando o serviço da cozinheira, da faxineira, para ficar tudo ao gosto de todos.               Casamento deste modelo estava difícil de conseguir. Trazia nas lembranças as palavras da avó: - casamento com segurança, noivo tem que vestir farda.               Cada dia mais difícil; nem um marinheiro, soldado ou cadete aparecia para ela; nem fisicamente, nem nas cartas de Ephigênia, conhecida como ¨Phiphi¨ a cartomante; ou seria cartomente?               Eis que um dia, em compras na padaria, Matildy, sem ajuda de Phiphi, conheceu Aristófolo; capitão do exército, solteiro, morando de pouco em uma rua parale
                                                             A VINGANÇA DA VEMAGUET                 Dagoberto resolveu ir contra as tradições da família; nada de faculdade, formaturas, canudos; o projeto era conhecer o Brasil. O pai, Arizão, também chamado de Vellho Ari, cortou logo as mordomias do filho; o avô, gente boa, tinha um certo rabo preso com o neto, se propôs a financiar o começo do projeto; ficou um pouco decepcionado com o carro que Dagoberto comprou, não era um automóvel, era um carro! se era vontade dele, ele devia saber o que queria; nada de aero willys, simca, os preferidos da família; uma vemaguet! azul escuro, modelo Rio; encontrou a ¨pipoquete¨ como era chamada pelos familiares, principalmente pelo Velho Ari, que se recusava a aceitar carona nela, nos fundos da casa de um corretor zoológico que se recusava a vender seus carros usados, guardava todos em uma granja, alguns já eram até floreiras da esposa. Na família ninguém acreditou no que estava acontecendo; como Da